SNS de contas certas

 

Saúde sustentável

SNS de contas certas

Há uns anos atrás celebrámos os 40 anos de continuado sucesso daquela que é por todos considerada, a maior realização da República Portuguesa, no pós 25 de abril - o Serviço Nacional de Saúde. 


Imbuído por este propósito o Fórum Hospital do Futuro  e os seus parceiros, convidaram a sociedade civil a participar nestas jornadas de debate, reflexão e celebração, cuja principal recomendação foi finalmente incorporada pelo Serviço Nacional de Saúde - a criação de uma estrutura de coordenação executiva. 


Queremos fazer em 2024, um ano de viragem na gestão da saúde em Portugal e poder inverter uma tendência de acumulação de dívida e falta de investimento em organização e tecnologia que são hoje essenciais para atrair as pessoas mais qualificados e motivadas para a prestação de cuidados de saúde de excelência.

Saúde sustentável


Desde a sua fundação, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem sido uma das maiores realizações da democracia portuguesa, refletindo uma visão de futuro que continua a evoluir. Contudo, a sustentabilidade do SNS tem enfrentado desafios significativos, especialmente evidenciados nos últimos anos, e acelerados após a superação da pandemia de COVID-19.


Num período marcado por mudanças políticas e a recente demissão de um governo de maioria absoluta, torna-se crucial um debate informado e construtivo sobre o futuro do SNS. Esta conjuntura única oferece uma oportunidade para repensar e reformular estratégias que garantam a sustentabilidade a longo prazo do nosso sistema de saúde.


Portugal, agora num momento de transição política, deve aproveitar esta oportunidade para realizar uma transformação profunda no SNS. É essencial estabelecer um diálogo aberto que envolva todas as partes interessadas, incluindo especialistas em saúde, decisores políticos e cidadãos, para assegurar que o SNS continue a ser motivo de orgulho e mantenha a sua posição entre os melhores sistemas de saúde do mundo.


Junte-se a nós e participe neste debate nacional ao longo de 2024.

Riscos orçamentais

De acordo com o último relatório do Conselho de Finanças Públicas, o SNS contabilizou mais de 10,5 milhões de utentes inscritos, dos quais 65,9% estavam em unidades de saúde familiar. Contudo, a falta de médicos de família continuou a ser um problema crescente, afetando 14,1% dos utentes, o que representa um aumento de 30% nos últimos dois anos.


Nos cuidados primários, houve uma redução de 1,5 milhões nas consultas médicas em comparação com o ano anterior, com uma diminuição tanto nas consultas médicas quanto nas de enfermagem. Embora as consultas presenciais tenham aumentado em 16%, não foram suficientes para compensar a queda nas consultas não presenciais.


Em contraste, a atividade hospitalar registrou um aumento na produção em várias áreas assistenciais. As consultas médicas hospitalares e as cirurgias programadas ultrapassaram os números de 2019 e 2021. No entanto, as cirurgias urgentes diminuíram em relação a 2019, e o aumento nas consultas e cirurgias programadas não impediu o crescimento das listas de espera, refletindo uma capacidade de resposta reduzida do SNS.


Por fim, na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, apesar de um aumento no número de utentes assistidos em 2022, a lista de espera cresceu 19% em comparação a 2021, indicando uma demanda crescente que supera a capacidade de atendimento atual.



O Serviço Nacional de Saúde (SNS) de Portugal, em 2022, enfrentava desafios financeiros significativos. A dívida com fornecedores externos permanecia acima de 1,5 bilhões de euros, apesar das injeções de capital acumuladas desde 2017 superarem os 4,5 bilhões de euros. Estas injeções ajudaram a diminuir atrasos nos pagamentos, mas não reduziram a dívida estrutural do SNS de forma efetiva, que recuou apenas 252 milhões de euros. O prazo médio de pagamento no SNS era de 109 dias, aumentando para 165 dias nas empresas estatais integradas no SNS, com apenas 21% das entidades do SNS pagando em menos de 60 dias.


O SNS também enfrenta riscos e incertezas que afetam tanto o desempenho assistencial quanto a execução orçamental. No domínio assistencial, destaca-se a pressão sobre os cuidados primários, com o aumento de utentes sem médico de família e o recurso crescente aos serviços de urgência. Orçamentalmente, há desafios como a diversificação limitada das fontes de financiamento, a necessidade de controlar as despesas com pessoal e medicamentos, e a importância de uma orçamentação eficiente e a utilização integral dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência. Estes desafios evidenciam a necessidade urgente de reformas e investimentos para modernizar e melhorar a gestão do SNS.


A saúde é feita em casa

A chave para a sustentabilidade dos sistemas públicos de saúde poderá estar na adoção de estratégias de coprodução de saúde, envolvendo as demais organizações do Estado, a própria cidadania e as suas comunidades.


O relatório Um Futuro para a Saúde - Todos temos um papel a desempenhar (Fundação Calouste Gulbenkian, 2014) assentou no desafio de criar uma visão para a saúde e para os cuidados de saúde em Portugal, para os próximos 25 anos, descrevendo o que isso poderia significar na prática, nomeadamente em termos de implementação e sustentabilidade. 


Este documento propõe uma visão moderna, caracterizada pelo empowerment (empoderamento) dos cidadãos, pela participação ativa da sociedade e por uma procura contínua de qualidade, apelando a um novo pacto para a Saúde.


O modelo de coprodução de saúde refere que, por um lado, a Governação para a Saúde partilhada pelos diferentes sectores da sociedade, incluindo a administração pública e os prestadores de cuidados de saúde, todos podem contribuir em simultâneo para os ganhos de saúde na população.


Conseguir fazer com que a saúde seja criada em casa e na comunidade e usar os hospitais apenas para reparações, será um reto de sustentabilidade para o futuro do SNS.

"Health is made at home challenges us to set aside our normal assumptions and take off our NHS spectacles to see the world differently and take control of our health. And it calls for a new partnership between the NHS, government and the general public to build a healthy and health creating society."


Nigel Crisp, former NHS CEO, independent crossbench member of the House of Lords where he co-chairs the All-Party Parliamentary Group on Global Health

Modelo de co-produção de saúde (Fonte: WHO Euro-Governance for Health in the XXI Century, 2012.

Último evento

III Sessão plenária


28 e 29 de fevereiro de 2024


O Think Tank SNS de Contas Certas, realizou o seu terceiro plenário na Fundação Calouste Gulbenkian, nos passados dias 28 e 29 de fevereiro.


No primeiro dia do evento, teve lugar uma sessão fechada focada no desafio crescente das doenças crônicas não transmissíveis, com ênfase especial em cuidados paliativos e na interação entre Saúde e Segurança Social. Esta reunião visa gerar ideias e recomendações práticas para melhorar a gestão de doenças crônicas, mantendo a solidez financeira do sistema de saúde.




No dia seguinte, 29 de fevereiro, decorreu a sessão pública no IX Meetup Digital Health Portugal que abordu a inovação digital em cuidados paliativos.


Para além da apresentação das conclusões do Think Tank, este dia foi dedicado à exploração do papel da tecnologia na melhoria dos cuidados paliativos e no fortalecimento da sustentabilidade do SNS.


O encontro reuniu especialistas e profissionais para discussões ampliadas, incluindo apresentações sobre E-Health e uma palestra de encerramento sobre a implementação da saúde digital em cuidados paliativos.


Este evento representou um esforço colaborativo importante entre especialistas em saúde, economia e políticas públicas, e é um passo decisivo na direção de um SNS mais robusto e preparado para atender às necessidades futuras da sociedade portuguesa.

Assista às gravações

Think Tank Nacional


A sustentabilidade do SNS como uma prioridade nacional, um fator de coesão indispensável na sociedade portuguesa no século XXI.


SNS de Contas Certas é uma iniciativa conjunta do Fórum Hospital do Futuro, Digital Health Portugal e parceiros que se irá desenrolar ao longo de 2024.


Todos os meses

Videocast nas redes sociais


Entrevistas com criadores de saúde e altos-responsáveis no sistema de saúde em Portugal.


Cada semestre

Sessões plenárias


Uma sessão plenária que reúne especialistas, gestores de saúde, acadêmicos e líderes do setor para discutir questões fundamentais relacionadas com a gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal.


Metodología de debate


As sessões plenárias deste Think Tank terão dois momentos:

 

  • Uma primeira parte exclusivamente para convidados e que será sujeita à regras da Chatham House Rule promovendo o diálogo aberto e inclusivo sobre os desafios do SNS e setor da saúde em Portugal.


  • Uma segunda parte de encerramento a apresentação de conclusões que será aberta ao público e transmitida em direto nas redes sociais e coincindido com os Meetup do Digital Health Portugal.


Eventos em 2023

Podcast SNS de Contas Certas

Novo Podcast SNS de Contas Certas


Temos o prazer de anunciar o novo Podcast SNS de Contas Certas. Ampliamos assim a nossa presença, tornando as nossas entrevistas anteriormente gravadas disponíveis no Spotify.

Videocast nas redes sociais

Assista aqui no LinkedIn ou no Facebook (ou no YouTube do Digital Health Portugal) à última entrevista com António Correia de Campos a propósito do seu último livro - Gaveta de Reformas.


Assista à entrevista com Xavier Barreto, no passado dia 12 de Janeiro no canal YouTube do Digital Health Portugal, também no LinkedIn ou no Facebook.

Assista aqui à entrevista com Eurico Castro Alves, Presidente da Convenção Nacional da Saúde.

Assista aqui no LinkedIn à entrevista com Pedro Pita Barros, economista e professor catedrático na NOVA SBE.

Assista aqui no LinkedIn a este evento transmitido no passado dia 11 de abril às 18:00 (WET/GMT).

Assista aqui no LinkedIn a este evento transmitido no passado dia 23 de maio com o Bastonário da Ordem dos Médicos.

Assista aqui à entrevista com Adão Rocha e João Fael dirigentes da APTAS - Associação Portuguesa de Técnicos Auxiliares de Saúde

Assista aqui no LinkedIn ou no Facebook (ou no YouTube do Digital Health Portugal) à última entrevista com Ema Paulino, Presidente da ANF - Associação Nacional de Farmácias.

Assista aqui no LinkedIn à entrevista com Teresa Machado Luciano, Presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta.

Assista aqui à entrevista ao Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos no LinkedIn.



Próximas entrevistas

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Gratos pelo apoio dos nossos colaboradores em 2023.

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  • "Reduzir o trabalho nas Urgências é um objetivo (...) não apenas em função do desgaste dos profissionais, mas porque limita a capacidade de atender os restantes doentes em tempo e qualidade."

    Fernando Araújo, Diretor executivo do SNS

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